Review: Bleach Rebirth of Souls

Bleach Rebirth of Souls, o mais recente título inspirado no universo de Bleach, chegou prometendo reviver a épica jornada de Ichigo Kurosaki e seus companheiros. O jogo, convida os jogadores a liberar suas Zanpakutōs em combates intensos e estilosos. Com um sistema de luta que pode decidir a partida com um único golpe, o game tenta capturar a essência das batalhas do anime, mas entrega uma experiência que nem sempre atinge o que os fãs esperavam.

História

O modo história acompanha a jornada de Ichigo Kurosaki desde os primeiros momentos em que ele se torna um Shinigami até confrontos marcantes, como a batalha contra Aizen. Os fãs da série vão reconhecer muitos momentos importantes, com recriações fiéis de várias cenas do anime. A boa notícia é que o jogo está totalmente localizado em português, o que facilita bastante a compreensão especialmente para jogadores brasileiros que não acompanharam tudo (uns bons 50 episódios) na época do Animax ou, como eu, só descobriram agora que a dublagem foi finalizada em 2022, sem nenhum aviso claro no Disney Plus.

Porém, a estrutura do modo história atrapalha a imersão. Em diversos trechos, o jogador é forçado a assistir a longas cutscenes sem interação alguma. E em outros momentos, o avanço na campanha só acontece após vencer lutas secundárias pouco relevantes. Além disso, a obrigatoriedade de jogar com personagens menos carismáticos em trechos importantes frustra quem esperava mais tempo de tela com os protagonistas. Para completar, os cenários são reutilizados em excesso, o que prejudica a sensação de progressão.

Gameplay

O combate é o ponto central de Bleach Rebirth of Souls, e embora tenha boas ideias, a execução decepciona. O sistema de quebrar a defesa inimiga e liberar ataques devastadores é interessante, mas se torna repetitivo rapidamente. A movimentação dos personagens é meio travada, e a variedade de combos é bem limitada, o que deixa as lutas monótonas. O processo geralmente se resume a drenar a vida do inimigo, jogá-lo longe e finalizar com R2, algo que se repete com frequência.

Algumas falhas técnicas também afetam a experiência, como inimigos presos em partes do cenário ou desníveis que impedem ataques simples. Isso já aparece nas fases iniciais, mesmo durante o tutorial. Há momentos em que o jogo tenta surpreender com reviravoltas nas batalhas, como transformações inesperadas dos oponentes ou oportunidades de virar o combate usando teleporte e contra-ataques. Mas essas situações são exceções, não a regra.

O balanceamento entre os personagens também deixa a desejar. Por exemplo, Uryu Ishida sofre com alcance limitado de suas flechas, dificultando a execução de combos. Isso mostra que nem todos os lutadores foram bem pensados para o gameplay.

Modos de Jogo

Além do modo história, o game conta com um modo multiplayer local e online. Porém, o modo online sofre com a falta de um sistema de matchmaking eficiente. É necessário entrar manualmente em arenas específicas para encontrar partidas, o que torna o processo lento e desanimador. Isso limita bastante o potencial competitivo do título.

A ausência de opções básicas, como batalhas rápidas entre jogadores aleatórios, compromete a longevidade do jogo para quem busca experiências além da campanha. Já no modo offline, é possível jogar contra outro jogador no estilo versus tradicional, mas sem grandes surpresas.

Gráficos e Trilha Sonora

Visualmente, o jogo tenta seguir o estilo do anime com uma estética cel-shading que agrada em alguns momentos, mas os cenários e efeitos especiais acabam sendo simples demais para um jogo lançado em 2025. A repetição dos ambientes também cansa rapidamente.

Já a trilha sonora cumpre seu papel, com músicas que lembram o tom da série, mas nenhuma faixa realmente se destaca. Os efeitos sonoros durante os combates são satisfatórios, especialmente nas ativações das habilidades especiais, mas também poderiam ser mais impactantes.

Conclusão

Bleach Rebirth of Souls tenta capitalizar na nostalgia dos fãs do anime, oferecendo momentos icônicos, personagens clássicos e combates com visual estilizado. No entanto, falha em entregar um gameplay que empolga e sustente a experiência até o fim. A movimentação travada, o sistema de lutas repetitivo, os problemas no modo história e o multiplayer limitado fazem com que o jogo não alcance o patamar que poderia.

Pelo valor cobrado, pode ser difícil justificar a compra, principalmente quando comparamos com títulos mais polidos e completos como DRAGON BALL: Sparking! ZERO e Naruto X Boruto Ultimate Ninja Storm Connections. Bleach Rebirth of Souls é um jogo que, apesar das altas expectativas, fica aquém delas. O preço de R$ 299,90 é um fator a se considerar com cuidado. No fim, tudo depende do quanto você é fã da série.