Review: Freedom Wars Remastered

Ahhh o PS Vita, lançado em 2011, foi um dos consoles portáteis mais promissores que a Sony já fez, trazendo gráficos impressionantes para um dispositivo móvel e uma biblioteca repleta de jogos inovadores. No entanto, o console acabou sendo deixado de lado, e muitos de seus títulos ficaram presos em uma plataforma que desapareceu das prateleiras com o VitaTV. Freedom Wars, um dos destaques dessa geração, é um desses jogos que muitos temiam que nunca mais veriam a luz do dia. Agora, quase uma década depois, o jogo retorna em uma versão remasterizada para PS5, PC, PS4 e Switch, trazendo consigo a chance de reviver essa pérola escondida, que antes ficava restrita ao pequeno, mas fiel público do PS Vita.

Mas, por mais emocionante que seja ver o jogo ressurgir, não podemos deixar de lembrar da triste realidade: muitos títulos incríveis do Vita continuam perdidos, esquecidos, sem oportunidade de brilhar em outras plataformas. E, mesmo com o retorno de Freedom Wars, fica o questionamento sobre o destino dos jogos que nunca tiveram a chance de alcançar o público mais amplo. Freedom Wars Remastered é uma boa notícia, mas, ao mesmo tempo, é um lembrete doloroso daquilo que se perdeu na era do PS Vita.

História

Em um futuro pós-apocalíptico, a humanidade vive em enormes cidades chamadas Panópticos, sob um regime totalitário que busca controlar seus habitantes com mão de ferro. O jogo coloca o jogador na pele de um prisioneiro condenado a uma pena de milhão de anos, que deve reduzir sua sentença ao completar perigosas missões. Essas tarefas, que envolvem combater criaturas monstruosas e resgatar civis, são parte de um sistema corrupto que permite a redução da pena, mas a um alto custo. O jogo não só aborda uma narrativa sombria, como também explora questões sociais, onde a sobrevivência depende da subordinação e da “reabilitação” por meio do trabalho forçado.

Embora a trama tenha grande potencial, a história de Freedom Wars fica aquém das expectativas, com personagens e eventos que poderiam ter sido mais profundos. No entanto, o conceito central de tentar reduzir sua pena, realizando missões perigosas, cria um motor narrativo sólido que, no fim das contas, mantém o jogador investido.

Gameplay

O maior atrativo de Freedom Wars sempre foi sua jogabilidade, que mistura ação e tática de forma bem-sucedida. Como um jogo de ação cooperativa, ele se distancia de outros títulos do gênero, como Monster Hunter, ao focar em missões mais curtas, dinâmicas e cheias de adrenalina. O uso da “espinha”, um tipo de garfo ou gancho que permite ao jogador se mover rapidamente por ambientes verticais ou atacar grandes inimigos, é um dos principais destaques da jogabilidade. Essa mecânica traz uma sensação única de mobilidade, permitindo que os jogadores se desloquem pelas áreas de combate de forma rápida e eficiente.

Além disso, o jogo oferece a opção de personalizar tanto as armas quanto as “espinhas”, com diferentes tipos e habilidades, o que proporciona uma grande variedade de abordagens durante os combates. O sistema de missões, que inclui resgatar civis, coletar recursos e até enfrentar outros jogadores, é simples, mas bacana, permitindo que o jogo seja aproveitado tanto de maneira solo quanto em modo cooperativo.

Apesar da base sólida, Freedom Wars não está isento de críticas. O jogo pode ser repetitivo, especialmente nas missões mais simples, e o grind pode se tornar um desafio para quem não gosta de tarefas repetitivas. A boa notícia é que, nesta versão remasterizada, há melhorias no gameplay, como a possibilidade de cancelar ações com a espinha e novas configurações de controle, o que torna a experiência mais fluida.

Gráficos e Comparação

Como é de se esperar de uma remasterização, Freedom Wars Remastered traz melhorias notáveis nos aspectos visuais e de desempenho. A versão original de PS Vita rodava a 544p, mas agora, com a remasterização, o jogo chega a 4K no PS5 e PC, e 1080p no PS4 e Switch. As texturas também foram aprimoradas, trazendo uma qualidade visual mais nítida, mas não espere um grande salto em relação ao visual original. O jogo ainda carrega a estética de um título de PS Vita, com ambientes pouco inspirados e personagens que, embora bem desenhados, não atinge o nível de polimento que muitos poderiam esperar de um remaster de última geração.

Já no quesito técnico, o jogo agora roda a 60 fps no PS5 e PC, mas a versão de Switch fica limitada a 30 fps. No entanto, o desempenho no PC não é perfeito. Utilizando uma RTX 4070, o game fica em torno de 50 fps sem ação, caindo para 45-40 fps durante missões e, em alguns momentos, chegando a 35 fps. Isso rodando em 4K com sombras no médio. Além disso, o jogo não conta com suporte para DLSS ou FSR, o que poderia ajudar a melhorar a taxa de quadros e junto com a falta de suporte a monitores ultrawide, fazendo o ficar limitado ao formato 16:9, exibindo barras pretas laterais em telas 21:9 ou 32:9.

Conclusão

Freedom Wars Remastered é uma ótima oportunidade para redescobrir um título que, embora tenha ficado preso no PS Vita por um tempo, tem uma proposta única e bem executada. Apesar de suas falhas em narrativa e repetição, o jogo ainda oferece uma experiência de ação e cooperação sólida, com uma jogabilidade divertida e uma atmosfera boa. As melhorias visuais e de desempenho são bem-vindas, mas não transformam radicalmente o jogo.

O grande mérito de Freedom Wars Remastered é que ele ressurge com personalidade própria, algo raro no gênero de jogos de ação cooperativa. Porém, para aqueles que já jogaram o título original, a versão remasterizada não traz grandes inovações. Para os novatos, entretanto, é uma excelente oportunidade de conhecer um jogo que, por muito tempo, foi um dos melhores segredos do PS Vita.

A review de Freedom Wars Remastered foi realizada com uma cópia fornecida gentilmente pela Produtora. 

Freedom Wars Remastered

Historia - 7.5
Gameplay - 7.6
Gráficos - 7.4
Áudio e trilha-sonora - 7.5

7.5

Bom

Freedom Wars Remastered resgata um dos grandes títulos do PS Vita com visuais aprimorados, 60 fps (exceto no Switch) e ajustes na jogabilidade. Apesar de algumas melhorias, o jogo ainda sofre com carregamentos longos, mapas limitados e falta de otimização no PC. Uma boa remasterização, mas sem grandes novidades.

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