Review: Hired 2 Die

Hired 2 Die, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Electric Monkeys, me colocou em uma situação que eu nunca achei que enfrentaria: um turno de trabalho onde, além de sobreviver ao cansaço, eu precisava sobreviver ao que quer que estivesse escondido no escuro. O jogo aposta em uma experiência cooperativa de terror, onde estratégia e coragem são essenciais para completar as missões.

Eu, claro, entrei achando que seria um exímio exterminador do desconhecido, o brabo. Mas logo percebi que, na verdade, meu papel era muito mais próximo de um sobrevivente desesperado do que de um caçador destemido.

História

A premissa de Hired 2 Die é simples: você foi contratado pela misteriosa corporação Intersection para trabalhar no turno da noite. Sua função? Realizar manutenções, resolver problemas técnicos e manter tudo sob controle. O detalhe que não mencionaram na entrevista? O prédio está infestado de criaturas sobrenaturais conhecidas como Distorções.

Se o próprio nome do jogo já indica que fomos “contratados para morrer”, não há muito espaço para esperança. A empresa não se importa com você. O turno vai continuar, com ou sem você.

Gameplay

Hired 2 Die aposta em uma jogabilidade simples, mas com uma curva de aprendizado traiçoeira. No início, parece fácil: caminhar pelo ambiente, realizar tarefas básicas e se comunicar com os colegas. Mas aí vem o problema, as criaturas e não são só um detalhe narrativo, elas estão ali e fazem questão de te lembrar disso a todo momento.

O jogo exige atenção e planejamento. Muitas vezes, é preciso pensar rápido para manipular equipamentos e prender monstros em salas específicas. O problema é que, no calor do momento, quando o bicho aparece no corredor, qualquer planejamento vai por água abaixo e a única coisa que consigo fazer é correr desesperado.

O multiplayer tem potencial, mas depende muito de quem você encontra. Se tiver um grupo organizado, a experiência fica intensa e divertida. Mas, se cair em uma sala pública com jogadores aleatórios, pode ser frustrante. Vi muita gente tratando o jogo como um bate-papo em vez de focar na sobrevivência.

Gráficos, Áudio e Desempenho

O visual de Hired 2 Die não impressiona, mas cumpre o que promete. O ambiente escuro e os corredores mal iluminados criam uma boa sensação de tensão. No entanto, as animações das criaturas deixam a desejar. Já o desempenho também tem seus altos e baixos. Em alguns momentos, o game sofre umas quedas de FPS que atrapalham a fluidez, especialmente em cenas mais movimentadas.

Se tem algo que esse jogo faz direito, é o áudio. Os sons são tão bem posicionados e realistas que, em vários momentos, cheguei a achar que os barulhos vinham da minha própria casa. O jogo sabe usar o silêncio e os efeitos sonoros para te deixar sempre na ponta da cadeira. Seguir a recomendação de jogar com fones de ouvido faz toda a diferença. Mas aviso logo: se você for como eu, talvez acabe tirando o fone algumas vezes só para evitar levar sustos.

Conclusão

Hired 2 Die tem uma proposta interessante e consegue criar momentos de terror genuíno, principalmente se jogado com um grupo organizado. A ambientação e o áudio são os destaques, mas problemas técnicos e uma comunidade nem sempre cooperativa podem comprometer a experiência.

Para quem gosta de terror e tem amigos para jogar, vale a pena experimentar. Agora, se você pretende encarar sozinho, esteja preparado para testar sua paciência e seu coração.

A review de Hired 2 Die foi realizada com uma cópia fornecida gentilmente pela Produtora.

Hired 2 Die

Gameplay - 7.6
Gráficos - 7
Áudio e trilha-sonora - 8
Replay - 7.5

7.5

Bacana

Hired 2 Die é um jogo de terror cooperativo que coloca os jogadores em um turno de trabalho onde a principal missão é sobreviver. Com uma ambientação tensa e um áudio bom, o jogo entrega bons sustos e desafios estratégicos. No entanto, problemas técnicos e a imprevisibilidade dos jogadores online podem comprometer a experiência. Para quem gosta de um bom susto e tem amigos para jogar, é uma opção divertida, mas encarar sozinho pode ser um teste para os nervos.

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo