Review: Revenge of the Savage Planet

Cinco anos depois da missão maluca de Journey to the Savage Planet, a sequência chega com uma proposta ainda mais absurda, maior e cheia de estilo. Revenge of the Savage Planet aposta na comédia nonsense, na exploração interplanetária e em uma boa dose de crítica social para oferecer uma aventura sci-fi diferente do comum. Mas será que o jogo consegue manter o charme do original e ainda evoluir sua fórmula?

História

Revenge of the Savage Planet traz uma narrativa mais estruturada do que parece à primeira vista. No papel de um infeliz funcionário da Kindred Aerospace, a orgulhosamente “quarta melhor empresa de exploração espacial” onde você embarca em mais uma missão interplanetária recheada de absurdos burocráticos, criaturas exóticas e tarefas dignas de um estagiário CLT intergaláctico. O enredo mistura humor ácido com críticas à burocracia e à exploração corporativa, sempre com aquele tom irreverente que marca a série.

O jogo está 100% localizado em português, o que facilita muito a imersão e permite aproveitar as piadas e sátiras do universo do jogo sem perder o timing. É quase como ter um chefe reclamando da sua produtividade direto na sua tela, mas com alienígenas no lugar dos colegas.

Gameplay

Revenge of the Savage Planet amplia a fórmula do primeiro jogo com mapas maiores, mais ferramentas e planetas diversos dentro de um sistema estelar. A progressão lembra jogos metroidvania, exigindo upgrades específicos para acessar novas áreas, enfrentar criaturas mais fortes ou resolver puzzles ambientais.

A mudança para a câmera em terceira pessoa facilita os saltos e melhora a navegação, algo essencial em mapas verticais e cheios de segredos. A movimentação é fluida, e a combinação de jetpack, gancho com laço e outras ferramentas dá um ritmo bom à exploração.

O combate está mais estratégico, com inimigos que têm pontos fracos visíveis e exigem atenção. Jogando em dupla, é possível usar táticas simples, como atrair a criatura enquanto o parceiro ataca. A variedade de equipamentos e o sistema de escaneamento também evoluíram bem, com upgrades realmente úteis.

O modo cooperativo é o grande diferencial. Dá para jogar com alguém online, dividir a tela no sofá ou usar o Share Play do PlayStation para jogar remotamente. O suporte a crossplay entre plataformas torna tudo mais acessível e divertido, especialmente na hora de coletar recursos e explorar o mapa.

Gráficos e Trilha Sonora

O visual segue o estilo psicodélico e exagerado do primeiro jogo, mas com melhorias evidentes. Cada planeta tem identidade própria, com fauna e flora bizarras, efeitos de iluminação aprimorados e uma direção de arte que combina ficção científica com estética nonsense.

A trilha sonora mistura sintetizadores dos anos 80 com toques tribais e temas espaciais, funcionando bem tanto nos combates quanto nos momentos mais calmos de exploração.

Apesar da boa performance geral, o jogo não conta com um modo de desempenho no PlayStation 5, o que pode incomodar quem está acostumado com os 60 FPS. Ainda assim, os tempos de carregamento são rápidos e a experiência continua fluida na maior parte do tempo.

Conclusão

Revenge of the Savage Planet é uma sequência que respeita o que fez o primeiro jogo funcionar e consegue expandir a fórmula com novidades relevantes. O humor escrachado continua sendo o grande diferencial, agora acompanhado de melhorias visuais, progressão mais interessante e um modo cooperativo que realmente faz diferença. Mesmo com a ausência de um modo performance no PS5 e algumas limitações no co-op, essa é uma aventura que entrega diversão, personalidade e criatividade do início ao fim.