Review: Unholy

De cara, Unholy impressiona pelo conceito: uma mãe desesperada para salvar seu filho em meio a um culto sinistro, entrando em uma dimensão distorcida chamada Cidade Eterna. Visualmente, o jogo é um espetacular, com cenários detalhados e atmosferas opressivas que mergulham o jogador em um pesadelo sombrio. Mas será que só visual segura a experiência? Bora conferir.

História

Na história, o jogador incorpora Dorothea, uma mãe presa em um culto, que descobre que seu filho está prestes a ser sacrificado em um ritual. Depois de uma tentativa fracassada de resgate, Dorothea parte em uma jornada desesperada para salvar seu filho, explorando a surreal Cidade Eterna. A premissa é intrigante e até entrega alguns momentos emocionantes, como o confronto com traumas do passado.

Entretanto, o potencial narrativo do jogo não se realiza por completo. Unholy possui diversos subtramas como a relação com o pai de Dorothea, que poderia trazer camadas emocionais mais profundas, porem acabam ficando sem resolução. Além disso, o game sofre com cutscenes com transições abruptas e uma dublagem fraca que tira parte da imersão.

Gameplay

O gameplay é onde Unholy tenta inovar, mas acaba tropeçando. Dorothea usa um estilingue equipado com “emoções cristalizadas”, que representam tristeza, raiva e desejo, sendo utilizadasa para resolver puzzles e enfrentar inimigos. Cada tipo de emoção tem uma função específica:

  • Tristeza: ativa dispositivos ou causa explosões.
  • Raiva: destrói obstáculos e cria armadilhas.
  • Desejo: atrai inimigos para pontos estratégicos.

Essa mecânica de “munição emocional” é criativa e traz boas ideias para a gameplay. É divertido usar diferentes abordagens para superar desafios, mas a execução deixa a desejar. Por exemplo, a detecção de colisões do estilingue é inconsistente, e a maioria dos puzzles acaba sendo linear e pouco desafiadora.

Outro ponto são as máscaras que Dorothea encontra na Cidade Eterna, que concedem habilidades como enxergar objetos através de paredes ou respirar em áreas tóxicas. O conceito é interessante, mas alternar entre máscaras para lidar com diferentes ameaças pode ser mais frustrante do que tenso, especialmente em áreas que exigem decisões rápidas.

E os inimigos? Embora visualmente impressionantes, como os infectados de aparência grotesca, eles sofrem com uma IA meio burra. Ficar invisível em um armário é garantia de segurança, mesmo diversas testemunhas tirando qualquer sensação de perigo.

Gráficos e som

Aqui está o verdadeiro trunfo de Unholy. A Cidade Eterna é um espetáculo visual, misturando estilos gótico e punk com elementos grotescos. Corredores infectados por uma praga misteriosa e guardas mascarados com lanternas em seus olhos criam uma atmosfera assustadora.

A trilha sonora combina bem com os cenários, trazendo coros sombrios que amplificam a tensão. Porém, a dublagem dos personagens, especialmente de Gabriel, o filho de Dorothea, é um ponto fraco. Em vez de transmitir emoção, as vozes parecem meio artificiais, quebrando a imersão.

Conclusão

Unholy é um jogo que varia entre momentos de inspiração e frustrações. Acertando precisamente na ambientação e na proposta, contudo tropeçando em sua execução. Para quem busca algo visualmente marcante e está disposto a ignorar algumas falhas, Unholy ainda pode ser uma experiência interessante. Mas, no fim das contas, é como o próprio culto que retrata: uma promessa de grandeza que não se cumpre.

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Unholy

Historia - 6
Gameplay - 6
Gráficos - 6.5
Áudio e trilha-sonora - 5.5

6

Legalzinho

Unholy impressiona com seus cenários sombrios e mecânicas criativas, mas tropeça em narrativa e dublagem. Apesar das falhas, oferece momentos interessantes para fãs de terror.

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