Review: Days Gone Remastered

O lançamento de Days Gone Remastered pode parecer inesperado. Em muitos aspectos, realmente é. O jogo original de 2019 já rodava muito bem no PlayStation 5, com melhorias herdadas do PS4 Pro. Ainda assim, a nova versão serve como uma boa oportunidade para revisitar esse mundo pós-apocalíptico e, quem sabe, reacender a esperança por uma continuação que nunca saiu do papel.

História

A trama de Days Gone continua a mesma. Você assume o papel de Deacon St. John, um motoqueiro tentando sobreviver em um Oregon devastado por uma epidemia que transformou milhares de pessoas em criaturas chamadas “Freakers”. Enquanto lida com gangues de humanos hostis e hordas monstruosas, Deacon embarca em uma jornada pessoal em busca de sua esposa, Sarah, dada como morta.

Embora a narrativa não alcance o nível emocional de outros títulos da Sony, como The Last of Us, ela funciona bem no contexto proposto. O arco emocional de Deacon é interessante e há momentos genuinamente impactantes, mesmo que o enredo pudesse ser mais direto. O jogo ainda sofre com algumas missões repetitivas e uma estrutura que estica demais certos trechos.

Gameplay

O ponto mais forte de Days Gone Remastered continua sendo o combate contra hordas de Freakers. Mesmo anos após o lançamento original, ainda é impressionante lidar com dezenas ou centenas de inimigos simultaneamente. A inteligência artificial dos inimigos, tanto humanos quanto monstros, segue desafiadora, e o tiroteio é satisfatório, mesmo que o combate corpo a corpo ainda pareça um pouco travado.

Outro diferencial está no sistema da moto. Ela não é apenas um meio de transporte, mas parte essencial da sobrevivência. Você precisa abastecê-la, consertá-la, e fazer melhorias constantes, o que traz uma camada de estratégia que diferencia Days Gone de outros jogos de mundo aberto.

Essa remasterização não traz mudanças na estrutura principal da campanha, mas adiciona modos extras que expandem a experiência. O modo Speedrunner oferece uma nova forma de jogar, com foco em completar a campanha rapidamente, sem cutscenes. Já o Horde Assault transforma os combates contra hordas em desafios de sobrevivência, com elementos roguelike, como injetores que alteram a jogabilidade, além de personagens e mapas desbloqueáveis. É ideal para quem curtia a ação intensa do jogo base.

O modo Permadeath eleva ainda mais o desafio. Uma morte significa recomeçar do zero, o que, combinado com as batalhas mais difíceis do fim do jogo, pode ser brutal. Além disso, agora é possível enfrentar hordas com até 800 Freakers, um aumento significativo em relação ao limite original de 500, tornando os confrontos ainda mais intensos.

No geral, a jogabilidade segue divertida, mesmo com algumas mecânicas repetitivas que já eram perceptíveis no lançamento original.

Gráficos e desempenho

Mesmo no PS5 padrão, Days Gone Remastered apresenta visuais aprimorados bons. Em Performance Mode, o jogo roda a 60 fps com resolução de 1440p, oferecendo fluidez e boa nitidez. Já no modo Quality, a taxa de quadros cai para 30 fps, mas a resolução sobe para 4K nativo. Ambos os modos são estáveis e funcionam bem, com melhorias visíveis na iluminação e na distância de renderização de objetos.

Para quem possui um PS5 Pro, as opções gráficas são ainda mais robustas. O modo Performance roda em 1800p com 60 fps, enquanto o modo Quality chega a 2880p, com downscale para 4K a 30 fps. O destaque fica para o novo modo Enhanced, que usa a tecnologia PSSR para entregar 60 fps com resolução interna de 1584p, escalada para algo próximo do 4K. É uma experiência comparável ao jogo rodando em um PC de ponta, com ótima estabilidade e visuais bastante nítidos.

O DualSense também é bem aproveitado. Os gatilhos adaptáveis e o feedback tátil aumentam a imersão durante tiroteios e dirigindo a moto, criando uma experiência muito boa.

Conclusão

Days Gone Remastered não era exatamente necessário, mas entrega uma experiência sólida, bem polida e que se beneficia das melhorias técnicas do PS5. Mesmo para quem já jogou a versão original, há motivos para voltar, especialmente pelos novos modos e pela chance de explorar o mundo com visuais aprimorados.

Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer a jornada de Deacon, essa é a melhor forma de fazer isso e, com um pouco de sorte, talvez o sucesso desta remasterização incentive a Sony a finalmente dar sinal verde para uma continuação.