Review: Wild Hearts S

Wild Hearts S chega ao Nintendo Switch 2 como a versão portátil do RPG de ação da Koei Tecmo lançado originalmente em 2023. Inspirado em Monster Hunter, o jogo coloca o jogador no papel de um caçador de Kemonos, criaturas perigosas que ameaçam a sobrevivência humana em Azuma. Com batalhas estratégicas, um sistema único de construção de estruturas chamado Karakuri e a possibilidade de jogar com até quatro pessoas no modo cooperativo, Wild Hearts S tenta oferecer uma experiência completa de caça a monstros para quem quer levar a aventura para qualquer lugar. Mas será que a versão do Switch 2 consegue entregar um desempenho satisfatório?

História

A narrativa de Wild Hearts S se passa em um Japão antigo fictício, onde a humanidade ainda se recupera de guerras entre samurais. Os Kemonos surgem como uma ameaça constante e cabe ao jogador, como caçador, enfrentar essas criaturas. A história começa com um caçador encontrando um cubo misterioso e conhecendo o enigmático Mujina, que explica a situação crítica do mundo. Apesar de linear, a trama consegue criar um contexto interessante para a ação, e os eventos dão sentido ao ciclo de caça, coleta e crafting.

O enredo não busca emoções profundas, mas oferece motivação suficiente para manter o jogador engajado e para que o mundo de Azuma pareça vivo. A inclusão de termos japoneses originais, apenas romanizados, acrescenta autenticidade e um charme cultural que reforça a ambientação do jogo.

Gameplay

Wild Hearts S entrega uma jogabilidade fiel ao gênero de RPG de caça, onde observar os padrões de ataque dos Kemonos e explorar seus pontos fracos é essencial. O combate exige atenção, estratégia e timing, com armas variadas que permitem estilos distintos, desde ataques rápidos com a katana até técnicas mais elaboradas com o Bladed Wagasa, que exige prática para dominar o parry.

O sistema Karakuri é o grande diferencial do jogo. Ele permite que o jogador construa caixas, molas e barreiras, oferecendo novas maneiras de atacar ou se proteger. Entretanto, o uso do Karakuri pode prejudicar o ritmo das batalhas, já que construir estruturas demanda tempo e atenção, tornando os confrontos mais desafiadores e, por vezes, frustrantes, principalmente contra monstros agressivos.

O modo cooperativo online permite até quatro jogadores, trazendo mais dinamismo e estratégia às caçadas. Apesar disso, a ausência de chat de voz ou texto nativo obriga os jogadores a dependerem das ferramentas do console, limitando a comunicação durante combates mais intensos. A falta de crossplay também restringe a experiência apenas ao Nintendo Switch 2.

A progressão do jogo baseia-se na coleta de materiais dos Kemonos para aprimorar armas e armaduras. Essa mecânica é motivadora e oferece variedade suficiente para agradar tanto iniciantes quanto veteranos. Algumas batalhas contra monstros maiores podem se estender demais, tornando certas sessões mais longas e exigindo paciência, mas a sensação de recompensa continua presente a cada vitória.

Gráficos e Áudio

Visualmente, Wild Hearts S apresenta cenários inspirados na estética japonesa, com áreas que representam diferentes estações e elementos naturais detalhados. As texturas dos Kemonos e dos personagens são bem trabalhadas, mantendo o charme do jogo original, apesar de cortes visuais na versão do Switch 2.

Entretanto, houve compromissos na qualidade gráfica para permitir que o jogo rodasse no console. Texturas de ambientes são simplificadas, sombras aparecem com pouca definição e efeitos visuais foram reduzidos ou removidos, prejudicando a imersão em momentos mais intensos da jogabilidade. Alguns detalhes, como a pelagem dos monstros ou roupas felpudas, podem parecer rígidos ou artificiais.

A trilha sonora combina elementos tradicionais japoneses com temas mais intensos durante as batalhas, reforçando a ambientação do jogo. Os efeitos sonoros, como ataques, rugidos e destruição de objetos, são satisfatórios e ajudam a criar tensão durante as caçadas.

O jogo não possui dublagem em português, mas os textos estão legendados, permitindo compreensão plena da narrativa. As vozes originais estão bem aplicadas, ainda que alguns termos japoneses sejam mantidos sem tradução direta, exigindo atenção do jogador para compreender o contexto.

Desempenho

Na versão Nintendo Switch 2, Wild Hearts S roda no máximo a 30 FPS, mas apresenta quedas frequentes que afetam a fluidez do jogo. Durante combates intensos, com múltiplos Kemonos ou estruturas Karakuri na tela, o frame rate pode cair consideravelmente, prejudicando a percepção dos ataques e tornando a jogabilidade menos responsiva.

O jogo não oferece opções de ajuste de desempenho ou gráficos, deixando o jogador preso à taxa de quadros padrão. Isso significa que não há modo 30 FPS estabilizado ou priorização de performance versus qualidade gráfica, o que poderia ajudar a reduzir quedas e melhorar a experiência.

Além disso, o título exige bastante do hardware do Switch 2, causando aquecimento e maior consumo de bateria em sessões prolongadas, especialmente no modo portátil. Apesar de o console ser potente, o jogo demonstra que a otimização ainda ficou aquém do necessário, sacrificando efeitos visuais e detalhamento para tentar manter a jogabilidade aceitável.

Conclusão

Wild Hearts S oferece uma experiência sólida para quem não jogou o título original ou busca um RPG de caça portátil com temática japonesa. As batalhas são desafiadoras, o sistema Karakuri adiciona variedade e o modo cooperativo com quatro jogadores melhora significativamente a experiência online.

Por outro lado, a versão para Switch 2 apresenta sérios problemas técnicos, incluindo quedas constantes de FPS, gráficos simplificados e ausência de opções de desempenho, o que compromete a fluidez do combate. A narrativa é competente, mas linear, e o áudio cumpre seu papel, mesmo sem dublagem em português.

Wild Hearts S

Historia - 7
Gameplay - 6.5
Gráficos - 5.5
Áudio e trilha-sonora - 7

6.5

Legal

Wild Hearts S traz o básico da caça a monstros com algumas melhorias no modo cooperativo e o sistema Karakuri, mas sofre com gráficos simplificados, quedas constantes de FPS e desempenho irregular no Switch 2, entregando uma experiência mediana

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