
Depois de anos de espera desde o último jogo da franquia Digimon Story, Time Stranger chega com força e chama atenção mesmo de quem não é fã de Digimon. No papel de um agente da organização Adamas, responsável por monitorar e intervir em anomalias ligadas a digimons, você entra numa história que começa com uma missão para resgatar uma garota misteriosa e acaba virando uma viagem no tempo depois de uma explosão. A partir daí o protagonista precisa descobrir por que o futuro ficou devastado, por que tantos digimons estão invadindo o mundo real e quem é essa garota.
História
Time Stranger aposta em uma estrutura ambiciosa de viagem temporal, dividida entre o presente devastado por um colapso digital e o passado, onde o protagonista, um agente da Adamas disfarçado, busca entender e reverter os eventos que levaram ao desastre. O jogo começa de forma contida, mas logo mergulha em temas mais profundos como perda, sacrifício e a fragilidade das relações humanas, com o simbolismo que sempre marcou a franquia Digimon. A ideia de colocar o jogador como parte de uma agência que monitora o equilíbrio entre o mundo real e o Digital é um grande acerto, trazendo mistério, tensão e um senso de responsabilidade que se reflete nas escolhas do personagem. Mesmo levando algum tempo para engrenar, a narrativa entrega momentos emocionantes e mostra que Time Stranger entende o que diferencia Digimon de outras séries, explorando emoções genuínas com naturalidade.

Gameplay
As batalhas por turno seguem o estilo tradicional da franquia, mas com um ritmo mais dinâmico e estratégico. O sistema de combate foi refinado e agora exige mais planejamento na escolha de ataques e posicionamento dos digimons. A inteligência artificial dos inimigos responde melhor às ações do jogador, o que faz com que cada luta pareça mais desafiadora e recompensadora. O sistema de evolução continua sendo um dos pontos fortes, com várias ramificações que incentivam a experimentação e o retorno às batalhas para fortalecer seus parceiros digitais.

A variedade de digimons disponíveis é um dos maiores atrativos. Este é o jogo com o maior número de criaturas da série até hoje, incluindo os olimpianos e várias linhas evolutivas inéditas. O processo de recrutar, treinar e digievoluir seus digimons é viciante e bem equilibrado, evitando o excesso de grind. Há também novas mecânicas que permitem personalizar os atributos dos digimons de forma mais direta, dando liberdade ao jogador para montar times com estilos bem diferentes, seja priorizando ataque, defesa ou suporte.

O conteúdo adicional e as atividades fora da campanha principal ajudam a manter o interesse a longo prazo. Missões secundárias, desafios e eventos especiais oferecem boas recompensas e expandem o lore do mundo digital. Mesmo quem não costuma jogar RPGs de turno pode se surpreender com a fluidez do sistema e a sensação de progresso constante. O jogo acerta em cheio ao equilibrar acessibilidade para novatos com profundidade suficiente para quem já é veterano da franquia.

Gráficos e Áudio
O visual recebeu melhorias claras. Modelos, efeitos e as animações durante as cutscenes e ataques deixam uma ótima impressão sem comprometer a performance. O design dos ambientes e dos digimons respeita a identidade da série e fica bem bonito nas telas maiores. A trilha sonora funciona muito bem com o tom do jogo. Tem temas que elevam momentos-chave e sons que reforçam a personalidade de cada área e de cada batalha assinatura. A mistura entre temas épicos e trilhas mais calmas casa bem com a narrativa.





Conclusão
Seja você fã de Digimon ou apenas de um bom RPG, Time Stranger sem dúvidas é um dos destaques do ano. O jogo entrega uma boa história e um gameplay sólido, equilibrando bem nostalgia e novidades. Para quem ainda tem dúvida, vale testar a demo disponível na Steam e na PSN, que mostra o início da jornada e sendo uma ótima recomendação para quem quer revisitar o Digimundo ou se tornar um verdadeiro digiescolhido.
Digimon Story Time Stranger
Historia - 9
Gameplay - 9
Gráficos - 9
Áudio e trilha-sonora - 9
9
Imperdível
Time Stranger é o retorno que os fãs de Digimon esperavam. Com uma boa história, batalhas estratégicas e um visual cheio de vida, o jogo mostra que a franquia ainda tem muito a oferecer. A quantidade de digimons disponíveis, as referências nostálgicas e a tradução em português do Brasil tornam a experiência completa. Uma ótima pedida para quem quer voltar ao Digimundo ou conhecer esse universo pela primeira vez.


