Review: Assassin’s Creed Shadows – Switch 2

Assassin’s Creed Shadows chegou ao Switch 2 com a missão de entregar um dos maiores mapas já feitos pela Ubisoft em formato portátil. O Japão feudal, os dois protagonistas e um game cheio de conteúdo estão presentes nessa versão. A dúvida natural de qualquer jogador é entender o que foi mantido, o que recebeu cortes e como o hardware híbrido se comporta ao rodar um mundo aberto desse tamanho com missões longas e áreas movimentadas.

História

A narrativa continua a mesma vista nos outros consoles e mantém o foco nos dois protagonistas. Naoe busca respostas e parte em uma jornada guiada por vingança e espionagem, enquanto Yasuke encara conflitos que misturam honra e mudança social no Japão em guerra. O contraste entre os dois funciona bem com missões pensadas para cada estilo e momentos de destaque ao longo da campanha. O modo canônico permanece disponível e segue como uma boa alternativa para quem prefere acompanhar a história de forma linear.

Gameplay

A jogabilidade mantém os elementos que tornaram o original envolvente, com infiltração, escaladas, combate pesado e progressão constante de habilidades. Naoe usa rotas verticais e ferramentas furtivas, enquanto Yasuke domina lutas diretas com ritmo mais forte e golpes de impacto. O gerenciamento da irmandade, a coleta de recursos e as atividades secundárias seguem presentes. O mapa continua amplo, com clima dinâmico e mudanças de estação que alteram rotas e criam novas possibilidades durante a exploração. A repetição aparece depois de muitas horas e o ritmo perde um pouco de força em missões menores espalhadas pelas cidades.

Gráficos e Trilha Sonora

O visual de Shadows no Switch 2 recebeu cortes que ficam claros logo na primeira hora de jogo. Reflexos em superfícies como rios, poças e lagos foram simplificados e não carregam o mesmo detalhe visto nos consoles maiores. Sem o uso de SSR, a água reflete mais o céu do que o ambiente ao redor, e isso chama atenção em cenas com chuva ou solo molhado. As texturas próximas também perderam nitidez e aparência, principalmente em templos, paredes e construções maiores, enquanto áreas mais distantes continuam com boa leitura geral.

A vegetação aparece com menos variedade e densidade em comparação com outras plataformas. Pequenos arbustos e gramas somem em curtas distâncias, e o vento afeta folhas e bandeiras de forma mais suave. As sombras apresentam contornos menos definidos e pop-in evidente ao se aproximar de árvores e objetos, mas a estrutura geral do mundo continua sólida. O sistema de geometria conseguiu preservar a silhueta das cidades e dos prédios, então não há aquelas trocas bruscas de modelagem que quebram a imersão.

Desempenho

A performance de Shadows no Switch 2 tenta se manter estável na maior parte do tempo, mirando 30 FPS e entregando esse valor com consistência em áreas menores, vilas simples e regiões com poucos NPCs. Nessas situações a movimentação do personagem responde bem e o gameplay flui como esperado, com combate e exploração funcionando sem interrupções.

O comportamento muda ao entrar em cidades grandes ou locais com muito movimento. As quedas de FPS acontecem principalmente quando muitos NPCs e inimigos estão na tela, entretando o ponto que mais chama atenção é o frametime irregular, que resulta em pequenos engasgos(stuttering) quando a câmera gira rápido ou o jogador corre por áreas densas.

No modo portátil a situação fica mais controlada graças ao VRR, que suaviza parte dessas oscilações. A sensação geral é mais estável ao explorar o mapa longe da televisão, mesmo com cortes visuais e elementos que surgem um pouco depois do normal. No modo dock essas variações ficam mais evidentes e o jogo deixa transparecer a irregularidade durante sessões longas ou dentro de cidades grandes como Kyoto.

Outro ponto que merece atenção são as instabilidades. Sessões longas podem apresentar fechamento inesperado tanto no modo dock quanto no portátil, sem padrão específico. Isso pode acontecer ao abrir o mapa ou durante diálogos e infiltrações. O autosave reduz riscos de perda de progresso, mas é necessário corrigir esse comportamento com atualizações para dar mais segurança ao jogador. Apesar disso, o port oferece funções touchscreen úteis no modo portátil para navegar no mapa e menus com rapidez, e o cross progression facilita continuar o save em outras plataformas, mantendo a rotina prática mesmo com as oscilações de desempenho.

Conclusão

Assassin’s Creed Shadows no Switch 2 tenta preservar a escala e a identidade do original em um hardware híbrido, algo que já surpreende quando lembramos da história recente de ports ambiciosos em consoles da Nintendo. Assim como Doom e Wolfenstein 2 provaram que jogos grandes podiam funcionar em formato portátil, agora Shadows entra nessa categoria de projetos no Switch 2 que parecem improváveis à primeira vista, junto de casos como Cyberpunk 2077 que, mesmo com pequenos problemas, acaba funcionando muito melhor do que se imaginava. Existem cortes visuais, quedas de FPS e instabilidade que afetam sessões longas, mas tudo do game está presente e ainda há extras úteis, como funções touchscreen no modo portátil, além de cross progression entre plataformas que adiciona praticidade real na rotina ao jogo.

O port precisa de polimento, principalmente no que diz respeito a crashes e frametime, porém a Ubisoft confirmou atualizações focadas em estabilidade e otimização. Para quem busca a liberdade de avançar em Shadows em qualquer lugar, o Switch 2 oferece uma forma prática e funcional de explorar o Japão feudal, com boa parte do que torna o jogo especial rodando no formato portátil.

Assassin’s Creed Shadows

Historia - 7.5
Gameplay - 7.5
Gráficos - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

7.5

Bom

A versão Switch 2 de Shadows entrega o conteúdo completo do game e a liberdade de jogar em qualquer lugar, mas ainda depende de patches para alcançar o desempenho ideal. A instabilidade e as quedas de FPS reduzem o brilho da experiência, porém o cross progression funciona muito bem e torna essa edição prática para quem quer explorar o Japão feudal com mobilidade. É um port de um jogo muito bom que só precisa de mais polimento para alcançar seu verdadeiro potencial.

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