Assassin’s Creed

Desde sua estreia em 2007, a série Assassin’s Creed tem capturado a imaginação dos jogadores com suas aventuras épicas e recriações históricas meticulosas. Com cada novo lançamento, a Ubisoft não apenas desafia as convenções dos jogos de ação e aventura, mas também redefine o que é possível na interseção entre entretenimento e história. A franquia nos transporta para períodos fascinantes da história mundial, desde as cruzadas medievais até a era dos piratas e além, mergulhando-nos em uma narrativa que explora a eterna luta entre liberdade e controle.

Mas Assassin’s Creed não é apenas sobre recriações históricas e combates emocionantes; é uma verdadeira celebração da história, cultura e criatividade. Desde sua jornada inicial até as inovações mais recentes, a série não apenas moldou o gênero de jogos, mas também teve um impacto profundo na cultura pop e nas comunidades ao redor do mundo. Neste texto, exploraremos a evolução desta icônica franquia, os desafios enfrentados pelos desenvolvedores, o impacto cultural significativo e o papel fundamental da comunidade de fãs na perpetuação de seu legado.

Período Um: A Origem da Franquia

O conceito de Assassin’s Creed nasceu a partir de uma ideia para uma possível sequência de Prince of Persia: The Sands of Time. A equipe da Ubisoft Montreal, reconhecendo o potencial de um gameplay mais expansivo, decidiu transformar a jogabilidade de The Sands of Time em uma abordagem de mundo aberto. Essa decisão foi motivada pelo avanço no poder de processamento dos consoles da época, que permitia a renderização de ambientes maiores e a presença de multidões mais densas.

O objetivo narrativo inicial era distanciar-se da história de um príncipe lutando por um trono e focar na Ordem dos Assassinos, inspirada na seita Hashashin do Ismailismo. Esse conceito inicial, denominado “Prince of Persia: Assassins”, foi posteriormente reimaginado e renomeado para Assassin’s Creed. O jogo se centrava na luta entre os Assassinos e os Cavaleiros Templários durante o século XII, mergulhando os jogadores em um contexto histórico rico e complexo.

Lançado em 2007, o primeiro Assassin’s Creed apresentou um mundo aberto impressionante para a época e uma narrativa intrigante. Com Assassin’s Creed II, lançado em 2009, a série realmente começou a ganhar tração, trazendo um parkour mais dinâmico e uma estrutura de missões mais variada. Assassin’s Creed II introduziu um novo protagonista, Ezio Auditore, e estabeleceu um padrão para o desenvolvimento de personagens e a narrativa da série.

Período Dois: Expansão e Consolidação

O período seguinte na franquia Assassin’s Creed é marcado pela expansão do universo e o aprimoramento das mecânicas de jogo estabelecidas nos títulos anteriores.

Assassin’s Creed: Brotherhood (2010) expandiu significativamente o conceito introduzido em Assassin’s Creed II. O jogo introduziu o sistema de recrutar e gerenciar NPCs como Assassinos, permitindo aos jogadores formar e treinar uma rede de aliados para ajudá-los em suas missões. A mecânica de recrutamento e a gestão de missões foram bem recebidas e adicionaram uma nova camada de profundidade à experiência.

Assassin’s Creed: Revelations (2011) seguiu com a continuidade da história de Ezio, enquanto explorava mais sobre a história de Altair, o protagonista do primeiro jogo. Revelations trouxe novos elementos de jogabilidade, como o uso do gancho e a exploração de masmorras, e aprofundou a narrativa com a revelação de mais segredos sobre a Ordem dos Assassinos.

Assassin’s Creed III (2012) marcou uma mudança significativa ao ambientar a história na Revolução Americana. O jogo introduziu Connor Kenway como o novo protagonista e introduziu mecânicas novas, como a construção de um assentamento e a exploração de um vasto território, refletindo a mudança para um cenário histórico muito diferente dos anteriores.

Assassin’s Creed IV: Black Flag (2013) foi bem recebido por sua ambientação no Caribe durante a Era de Ouro da Pirataria. O jogo destacou-se pela sua exploração naval e combate marítimo, adicionando um novo nível de liberdade e aventura ao gameplay da série.

Assassin’s Creed: Rogue (2014) e Assassin’s Creed: Unity (2014) continuaram a tradição de explorar diferentes períodos históricos. Rogue se passava na América do Norte durante o período colonial e apresentava um protagonista que, pela primeira vez, era um Templário. Unity, ambientado na Revolução Francesa, foi notável por sua recriação detalhada de Paris e introduziu o modo cooperativo, permitindo que jogadores trabalhassem juntos em missões.

Período Três: Reinvenção e Expansão

Após o lançamento de Assassin’s Creed Syndicate em 2015, a Ubisoft iniciou uma reinvenção significativa da série com Assassin’s Creed Origins (2017). Este jogo marcou uma transição para um estilo de RPG mais profundo e uma abordagem de serviço ao vivo para aumentar o engajamento contínuo dos jogadores. Ambientado no Egito Antigo, muito antes da formação da Irmandade dos Assassinos, Origins apresentou Bayek de Siwa como o novo protagonista e ofereceu uma narrativa que explorava as origens da ordem dos Assassinos, marcando um novo início para a série.

Os jogos seguintes, Assassin’s Creed Odyssey (2018) e Assassin’s Creed Valhalla (2020), continuaram a ênfase em elementos de RPG. Odyssey explorou a Grécia Clássica e introduziu escolhas de diálogo que influenciavam a narrativa, enquanto Valhalla focou na Era Viking, oferecendo um mundo expansivo e uma base personalizável. A resposta positiva dos jogadores levou a ajustes na série, como o retorno dos elementos de stealth social em Valhalla, que resgatou aspectos mais tradicionais da franquia.

Em 2023, Assassin’s Creed Mirage foi lançado como um tributo aos títulos anteriores da série, focando no stealth e nos assassínios característicos da franquia. Originalmente concebido como uma expansão para Valhalla, Mirage evoluiu para um jogo independente, oferecendo uma experiência mais centrada no conceito original da série.

Período Quatro: O Futuro da Franquia

O futuro da franquia Assassin’s Creed é promissor com o lançamento de Assassin’s Creed Infinity. Este novo modelo de design apresenta um hub central, que servirá como um ponto de partida para futuros lançamentos, permitindo uma abordagem mais integrada e expansiva para a série.

Entre os primeiros títulos a estrear nesse novo formato estão Assassin’s Creed Shadows, ambientado no Japão durante o período Sengoku, e Assassin’s Creed: Codename Hexe, situado na Europa Central no século XVI. Esses jogos prometem explorar novas configurações históricas e mecânicas inovadoras, continuando a tradição da série de misturar narrativa rica com experiências de gameplay envolventes.

Comunidade de Assassin’s Creed

A série Assassin’s Creed gerou uma comunidade vibrante e ativa ao longo dos anos, desempenhando um papel crucial na continuidade e no crescimento da franquia. Os fãs da série se conectam em fóruns dedicados, grupos de discussão em redes sociais e plataformas de mídia especializadas, sendo espaços ricos para discussões aprofundadas sobre todos os aspectos dos jogos. Desde teorias elaboradas sobre a história e o lore da série até dicas e estratégias de gameplay, esses ambientes fomentam uma rica troca de ideias e conhecimentos.

Os eventos ao vivo, como as conferências da Ubisoft e as convenções de fãs, são pontos de encontro significativos para a comunidade. Nesses eventos, os fãs têm a oportunidade de interagir diretamente com os desenvolvedores, experimentar novas demos e participar de painéis de discussão sobre a série. O cosplay é uma parte proeminente da cultura dos fãs, com muitos participantes recriando personagens icônicos da série com uma atenção meticulosa aos detalhes, desde os trajes de Assassinos até os figurinos históricos de diferentes períodos.

Os criadores de conteúdo desempenham um papel vital na promoção e na expansão da série. No YouTube e Twitch, criadores de vídeos e streamers produzem uma variedade de conteúdos relacionados a Assassin’s Creed, incluindo gameplay, análises críticas e teorias aprofundadas sobre a narrativa. Essas contribuições ajudam a manter o interesse dos fãs e atraem novos jogadores para a franquia.

Além disso, a comunidade de Assassin’s Creed é rica em mods e fan art, que são uma expressão criativa do envolvimento dos fãs com o universo do jogo. Mods, que podem variar desde ajustes simples em mecânicas de jogo até funcionalidades complexas que adicionam novas missões, demonstram o engajamento profundo da base de fãs com o conteúdo da série. A fan art, por sua vez, oferece interpretações pessoais e criativas dos personagens e cenários, enriquecendo ainda mais a experiência dos fãs.

A série também se beneficia do suporte de comunidades online dedicadas ao debate sobre a precisão histórica e a representação cultural nos jogos. Esses grupos frequentemente discutem como Assassin’s Creed lida com eventos históricos e figuras famosas, e como o jogo pode refletir ou influenciar a percepção cultural desses temas.

Impacto Cultural

Assassin’s Creed teve um impacto cultural profundo, tanto na indústria de videogames quanto na mídia em geral. O jogo popularizou a ideia de recriações históricas detalhadas e introduziu novas mecânicas de gameplay, como o sistema de parkour e a integração de elementos históricos com narrativas ficcionais, que influenciaram outros títulos. As cidades e períodos históricos recriados com precisão impressionante abriram um novo padrão para a representação de mundos abertos e exploráveis.

Além disso, a série inspirou adaptações em outros meios, como filmes e livros. A adaptação cinematográfica de Assassin’s Creed (2016), apesar de recebida com críticas mistas, trouxe a franquia para uma audiência ainda maior e ajudou a popularizar o conceito de histórias interativas e imersivas em diferentes mídias. A série também gerou uma série de romances e quadrinhos, expandindo a narrativa e explorando novos aspectos do universo Assassin’s Creed, permitindo que os fãs mergulhassem ainda mais no lore e na história.

A influência de Assassin’s Creed se estende também ao design de jogos e à educação histórica, mostrando como os videogames podem servir como ferramentas de aprendizado e preservação cultural. A colaboração da Ubisoft com instituições culturais e o uso de modelos digitais para a preservação de monumentos históricos demonstram o potencial dos jogos para contribuir positivamente para a sociedade.

Conclusão

A série Assassin’s Creed evoluiu de um conceito inicial inspirado em Prince of Persia para se tornar uma das franquias mais icônicas e influentes da indústria dos videogames. Desde a introdução de sua narrativa rica e complexa em 2007 até as mais recentes inovações em design e mecânica, a franquia não apenas estabeleceu um padrão para recriações históricas detalhadas, mas também moldou a forma como jogos podem integrar elementos de RPG e narrativa.

A jornada da série reflete uma busca constante por inovação, desde a fórmula original focada em parkour e stealth até a reinvenção com um estilo de RPG mais profundo. Cada período da franquia trouxe novas ideias e abordagens, demonstrando a flexibilidade e a ambição da Ubisoft em criar experiências imersivas e diversificadas.

O impacto cultural de Assassin’s Creed é inegável, abrangendo desde sua influência na indústria de jogos até a sua presença em outros meios como filmes e livros. A série não só atraiu uma comunidade apaixonada e engajada, mas também ajudou a promover a preservação cultural através de projetos como a digitalização da Catedral de Notre-Dame.

À medida que avançamos para o futuro com iniciativas como Assassin’s Creed Infinity e novos títulos em desenvolvimento, a série continua a prometer novas experiências e histórias que irão expandir ainda mais seu legado. Com uma base de fãs dedicada e um compromisso com a inovação, Assassin’s Creed se estabelece não apenas como um marco na história dos videogames, mas também como uma força cultural que transcende os limites do meio.

O futuro da franquia é brilhante, e sua evolução constante garante que continuará a capturar a imaginação dos jogadores e a deixar uma marca duradoura no mundo dos videogames.

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