Review: Assassin’s Creed Shadows

Guerreiros das Sombras!

Após quase dois anos de espera, a Ubisoft lança Assassin’s Creed Shadows, levando a franquia ao Japão feudal, em plena era dos samurais. Além de recriar a ambientação histórica com riqueza de detalhes, o jogo aposta na imersão linguística, permitindo que os personagens falem seus idiomas nativos de forma dinâmica, conforme a escolha do jogador, caso ele ative o modo imersão ou não.

Dessa vez, nossa jornada no Animus é vivida por dois protagonistas: Naoe, uma Shinobi (Ninja) treinada nas artes furtivas, e Yasuke, um samurai estrangeiro que serviu diretamente sob o comando de Oda Nobunaga. Suas histórias se entrelaçam, oferecendo perspectivas opostas sobre um Japão em guerra.

História

A trama começa com Naoe tendo sua vida drasticamente alterada pela invasão de Oda Nobunaga, que busca unificar o Japão por meio da guerra e do domínio militar. Sem entrar em spoilers, os eventos desse ataque levam a protagonista a uma jornada de vingança, enquanto Yasuke se vê em meio a conflitos que vão além das batalhas no campo de guerra.

O enredo se desenvolve com base nas diferenças entre os protagonistas. Naoe representa o ideal clássico dos assassinos, focado na furtividade e na estratégia. Já Yasuke é um guerreiro direto, movido pela força bruta e pelo código de honra dos samurais. Esse contraste enriquece a narrativa, tornando cada abordagem única e oferecendo variação ao longo da campanha.

Uma novidade interessante é que o game também da a opção de jogar no modo canônico, no qual os diálogos acontecem de forma fixa, seguindo os eventos conforme foram originalmente concebidos pela história do jogo, essa alternativa permite que os jogadores joguem o game sem precisar tomar decisões, aproveitando a narrativa como ela aconteceu realmente.

Gameplay

A jogabilidade mantém a essência da franquia, mas traz mudanças significativas. Os tradicionais Viewpoints, pontos altos usados para revelar parte do mapa, foram reformulados. Agora, a sincronização não expõe imediatamente toda a região, mas destaca pontos de interesse e outros Viewpoints próximos, incentivando a exploração sem entregar tudo de uma vez.

Os protagonistas possuem estilos de combate completamente distintos. Naoe é ágil, excelente em escaladas e especializada em armas ninja, mas tem menos resistência e poder de ataque. Já Yasuke é uma verdadeira força da natureza, capaz de derrubar inimigos com golpes brutais, mas menos eficiente em esquivas e deslocamentos rápidos.

A movimentação pelo mundo aberto também passou por ajustes, tornando-se uma das melhores da série no quesito parkour. Contudo, um detalhe que pode incomodar alguns jogadores é a remoção da mecânica que fazia o cavalo seguir automaticamente as estradas. Isso pode resultar em colisões com árvores e outros obstáculos, caso o jogador não tenha cuidado.

Outro retorno que pode agradar os fãs da franquia é a mecânica de mercenários e ajudantes, semelhante à de Assassin’s Creed Brotherhood. Ao completar missões específicas, é possível recrutar aliados que auxiliam tanto em combate quanto em assassinatos. Esses personagens podem ser treinados e enviados para missões estratégicas, ajudando a expandir os recursos da irmandade.

Falando em irmandade, a gestão da base dos assassinos é um dos destaques do jogo. Ao longo da campanha, podemos aprimorar estruturas como ferreiro, estábulos e dojo, tornando a organização mais eficiente.

A árvore de habilidades está mais enxuta e objetiva do que a de Valhalla, permitindo que o jogador se especialize em estilos específicos, como assassino, ninja ou guerreiro.

Os assassinatos agora seguem um sistema baseado em segmentos de vida dos inimigos. No início, só é possível eliminar adversários mais fracos com um golpe, mas, ao desbloquear habilidades, torna-se viável atacar alvos mais resistentes. Além disso, se um inimigo estiver em estado de alerta, ele pode reagir e bloquear a tentativa de assassinato, exigindo um planejamento mais cuidadoso.

Outro aspecto que merece destaque é o Animus, que desta vez não tem um protagonista claramente definido, diferentemente de Origins, Odyssey e Valhalla. No início do jogo, uma inteligência artificial se comunica com o jogador, sendo interrompida em alguns momentos. Sem entrar em muitos spoilers, o game não deixa totalmente claro quem ou o que está por trás dessa voz misteriosa, levantando diversas questões sobre o impacto do Animus. Além disso, é possível encontrar diversos glitches do Animus espalhados pelo mundo, indicando interferências que afetam a simulação.

O jogo também apresenta missões semanais definidas pelo Animus, que concedem moedas especiais e itens, roupas e armas, ligadas a um passe de batalha.

Gráficos e Áudio

Visualmente, Assassin’s Creed Shadows impressiona. O Japão feudal é retratado com uma riqueza de detalhes incrível, desde as movimentadas cidades e templos até florestas de bambu e campos de batalha devastados pela guerra. O sistema de estações do ano é um dos grandes destaques, alterando o ambiente de forma dinâmica. No inverno, por exemplo, o cenário fica coberto de neve, rios congelam e até mesmo a movimentação dos personagens muda, fazendo com que escorreguem ao correr sobre superfícies geladas. Além disso, a transição entre as estações não acontece de forma abrupta, mas sim com animações que mostram a neve derretendo, folhas caindo ou flores desabrochando, tornando a mudança mais natural possivel.

A trilha sonora complementa essa ambientação, trazendo instrumentos tradicionais como shamisen e taiko (tambor) para reforçar o clima do jogo. Durante os combates, a música ganha intensidade, acompanhando o ritmo da ação.

O trabalho de dublagem também merece elogios. A opção de ouvir os personagens falando em japonês ou outros idiomas locais aumenta a imersão, tornando os diálogos mais autênticos. Além disso, os efeitos sonoros são bem trabalhados, desde o som das espadas se chocando até o sussurro do vento atravessando as árvores.

Conclusão

Com um mundo aberto recheado de conteúdo, uma história bem construída e uma jogabilidade que equilibra ação e furtividade, Assassin’s Creed Shadows se destaca como um dos títulos mais interessantes da franquia nos últimos anos. A mecânica de recrutamento, a gestão da irmandade e a diversidade nas abordagens de combate garantem uma experiência variada e satisfatória. O mapa é vasto, mas não parece excessivamente vazio ou monótono, oferecendo sempre algo a ser descoberto.

Shadows possui uma duração média de 58 horas caso o jogador foque na campanha principal. Contudo, esse tempo pode se estender consideravelmente se decidir explorar o mundo aberto e completar todas as missões e atividades secundárias.

Se você procura um jogo ambientado no Japão feudal, repleto de missões, personalização e combates intensos, Assassin’s Creed Shadows é uma excelente escolha.

A review de Assassins Creed Shadows foi realizada com uma cópia fornecida gentilmente pela Produtora. 

Assassin’s Creed Shadows

Historia - 9.2
Gameplay - 9.3
Gráficos - 9.5
Áudio e trilha-sonora - 9

9.3

Espetacular

Assassin’s Creed: Shadows traz uma recriação detalhada do Japão feudal, com uma narrativa bem construída, mecânicas polidas e mudanças dinâmicas de estação. Oferece uma jogabilidade equilibrada entre furtividade e combate com dois protagonistas únicos, além de um novo modo canônico para uma experiência mais linear. Com um grande mapa cheio de missões e melhorias no sistema de irmandade, o jogo mantém a essência da série e introduz inovações marcantes, sendo uma excelente opção para todos os públicos.

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