
Bem Feito é um indie brasileiro que aposta em uma combinação intrigante de simulação, mistério e terror no estilo creepypasta. Desenvolvido pela oiCabie e publicado pela QUByte, o jogo se passa dentro de um sistema operacional fictício, o GaroTron, que simula o JoGaroto, um suposto console portátil brasileiro dos anos 90. O que começa como um simples simulador de fazenda logo se transforma em um thriller psicológico, repleto de segredos e quebra-cabeças e embora tenha algumas falhas na execução, o jogo compensa com sua criatividade e atmosfera única.
História
A premissa de Bem Feito é interessante desde o início. O jogo se apresenta como uma simulação de um console perdido no tempo, onde o jogador encontra Bem Feito, um antigo game de fazenda estrelado pelo carismático Reginaldo. No entanto, há algo de errado: ninguém se lembra desse jogo, e conforme avançamos, mensagens estranhas e eventos inesperados começam a surgir.

A narrativa faz um ótimo trabalho em criar uma sensação de mistério e nostalgia, evocando o estilo das lendas urbanas da internet. Incentivando o jogador a explorar todos os arquivos e segredos escondidos no sistema. No entanto, a construção do suspense poderia ser mais gradual, já que algumas reviravoltas acontecem de forma abrupta, sem o tempo necessário para gerar um impacto maior.
Gameplay
A jogabilidade de Bem Feito se divide entre duas camadas principais: o simulador dentro do GaroTron e a navegação pelo sistema operacional fictício. Como Reginaldo, realizamos tarefas diárias como varrer a casa, cuidar das plantas e interagir com personagens estranhos. À medida que avançamos, o jogo vai se tornando mais sombrio e mais estranho.

Já no sistema do GaroTron, exploramos arquivos, deciframos senhas e desbloqueamos conteúdos ocultos, adicionando um aspecto investigativo que complementa muito bem a experiência. Funcionando como um grande quebra-cabeça operacional, onde o jogador precisa conectar as pistas para entender o que está acontecendo.

Entretando o game possui algumas pequenas falhas técnicas que podem afetar a imersão. A detecção de colisão no simulador, por exemplo, poderia ser mais refinada, e os controles podem parecer inconsistentes em alguns momentos. Apesar disso, a proposta geral é bastante criativa.
Gráficos e Som
Visualmente, Bem Feito aposta em uma estética retrô que mistura pixel art com elementos 3D, capturando bem a atmosfera de um jogo antigo. Os menus e a interface do GaroTron são cheios de pequenos detalhes que reforçam a imersão, enquanto os efeitos visuais criam momentos perturbadores.



Conclusão
Bem Feito é um indie criativo, que consegue misturar mistério, terror e nostalgia de uma forma única. Seu conceito de “jogo dentro do jogo” é bem executado, e embora tenha algumas falhas na jogabilidade e na progressão do suspense, seus pontos positivos superam as limitações.
Se você gosta de experiências imersivas e histórias intrigantes no estilo creepypasta, Bem Feito é uma excelente pedida. Com cerca de três horas de duração, ele entrega um mistério divertido, com momentos genuinamente arrepiantes.
A review de Bem Feito foi realizada com uma cópia fornecida gentilmente pela Produtora.
Bem Feito
Historia - 7.5
Gameplay - 7.3
Gráficos - 7.7
Áudio e trilha-sonora - 7
7.4
Bom
Bem Feito é um jogo de simulação que mistura nostalgia e elementos de creepypasta e apesar de algumas falhas, a experiência é divertida e intrigante.