
A Epopeia Games, estúdio gaúcho por trás do caótico Mullet MadJack, resolveu apostar em algo diferente: um jogo que não só homenageia a cultura do Rio Grande do Sul, mas a coloca no centro da experiência. Gaucho and the Grassland chegou em julho de 2025 depois de um bom tempo em desenvolvimento, e a espera valeu a pena – mas nem tudo são flores.
História: o cotidiano folclórico do Sul
Você controla um personagem que, cansado da cidade, volta para o interior gaúcho em busca de uma vida mais tranquila. A premissa não é original (quantos jogos já não fizeram isso?), mas o diferencial está nos detalhes: o cachorro Cusco e o cavalo Alazão não são só companheiros, mas parte fundamental da jogabilidade. E, claro, não podia faltar o folclore brasileiro – o Boitatá e o Negrinho do Pastoreio aparecem de um jeito que não parece forçado, dando um tempero único à narrativa.

O jogo se passa em quatro regiões (pampa, serra, praia e uma área “mágica”), e a ambientação é impecável. Os devs claramente conhecem o que estão retratando: o sotaque dos NPCs, a trilha sonora com instrumentos tradicionais e até o jeito como o chimarrão aparece no jogo fazem diferença.
Jogabilidade
Esqueça Stardew Valley – aqui o foco é em laçar boi, tosar ovelha e lidar com o gado. Tem uns minigames legais (e outros nem tanto), mas o que realmente prende é a progressão orgânica. Em vez de grind por XP ou dinheiro, você avança ajudando a comunidade. Quanto mais interage, mais o mundo se abre.

A exploração também é um ponto alto, principalmente porque o cavalo e o cachorro não são só enfeites – eles têm utilidade real. Dá pra descobrir segredos, resolver puzzles e até desbloquear áreas novas com a ajuda deles.
Outro ponto bacana é a personalização. Dá pra mudar o visual do personagem, trocar roupas, chapéus e acessórios, além de customizar seus animais de estimação.
Gráficos
O jogo é lindo, com um estilo que lembra Link’s Awakening (aquele de mundo em miniatura). Os personagens são carismáticos e o visual geral passa uma vibe acolhedora, que combina perfeitamente com a proposta relaxante do jogo.

A interface é limpa e intuitiva, mas confesso que senti falta de descrições mais claras em algumas missões. Às vezes, é preciso quebrar um pouco a cabeça pra entender o que fazer — pode ter sido intencional, mas é bom estar preparado pra isso.
Sobre desempenho: o jogo me pareceu um pouco pesado. Tive que reduzir os gráficos no meu notebook gamer (que, tudo bem, já tá meio antigo, mas ainda segura bem jogos recentes). Vale destacar que a Epopeia tem lançado atualizações constantes — durante meu tempo de jogo, vi melhorias sendo implementadas, o que mostra o comprometimento do estúdio em deixar tudo redondinho.





Conclusão
Se você quer um jogo relaxante, com personalidade e que fuja do lugar-comum dos “farm simulators”, Gaucho and the Grassland é uma ótima pedida. Não é perfeito (a performance e algumas mecânicas poderiam ser mais polidas), mas tem alma – e isso já é raro hoje em dia.
Se a Epopeia continuar ajustando os problemas, esse aqui pode virar um clássico indie nacional.
Review: Gaucho and the Grassland
Diversão - 8
Historia - 8
Gameplay - 7
Gráficos - 7
Áudio e trilha-sonora - 8
7.6
Bom
Gaucho and the Grassland é divertido, com gráficos bem trabalhados e diversos elementos da cultura gaúcha. O jogo tem tudo para ser um marco entre os jogos indies brasileiros!