Review: Post Trauma

O terror psicológico sempre teve um espaço de destaque na cena indie, e Post Trauma é mais uma tentativa de resgatar a essência dos clássicos do gênero. Desenvolvido pelo estúdio espanhol Red Soul Games e publicado pela Raw Fury, o jogo bebe direto da fonte de Silent Hill e Resident Evil, trazendo câmeras fixas, ambientes decadentes e uma narrativa subjetiva. Mas apesar da proposta promissora, o resultado está longe de alcançar o impacto que poderia.

História

Em vez de um protagonista jovem ou com habilidades especiais, aqui acompanhamos Roman, um homem comum que acorda preso em um lugar estranho, escuro e perturbador. A história é focada em criar tensão psicológica, usando símbolos e acontecimentos ambíguos. A ideia é interessante, mas acaba se perdendo pela falta de conteúdo narrativo que sustente a ambientação. O jogo não oferece documentos, registros ou qualquer tipo de explicação mais direta, o que limita o envolvimento com o mundo e com os personagens secundários.

Sendo tudo é deixado para a interpretação do jogador, o que pode agradar a quem gosta de narrativas abertas, mas prejudica quem busca profundidade e contexto.

Gameplay

Post Trauma aposta em uma mistura de estilos clássicos, com câmeras fixas, trechos em terceira pessoa e momentos em primeira pessoa. A proposta é reforçar o clima de tensão e desconforto, mas essa alternância de perspectivas acaba mais atrapalhando do que ajudando. Em várias seções, a movimentação se torna desajeitada e a navegação perde fluidez, especialmente em espaços mais fechados.

Os puzzles são o maior destaque do jogo. Bem elaborados e inseridos de forma natural nos cenários, eles exigem observação e leitura cuidadosa de símbolos e pistas. Não há excesso de tutoriais ou dicas, o que reforça a sensação de descoberta e recompensa quem explora com atenção.

O combate é o ponto mais fraco da experiência. Apesar de ser possível mirar com precisão usando o mouse no PC, a falta de travamento nos inimigos e o sistema de colisão pouco confiável atrapalham. A movimentação lenta de Roman e a ausência de mecânicas como esquiva ou bloqueio limitam as opções do jogador, fazendo com que os confrontos pareçam mal resolvidos e, muitas vezes, frustrantes.

Gráficos e Trilha Sonora

Visualmente, o jogo impressiona. Os cenários são bem construídos, claustrofóbicos e cheios de detalhes. Há um esforço real para que a ambientação seja o principal elemento narrativo. E nisso o jogo acerta. Corredores distorcidos, iluminação suja e sons estranhos ajudam a manter a tensão o tempo todo.

A trilha sonora é quase inexistente, o que funciona bem dentro da proposta. Os efeitos sonoros são perturbadores e fazem um bom trabalho em criar aquela sensação constante de desconforto.

Conclusão

Post Trauma é um jogo que tem estilo, boas ideias e respeito pelos clássicos, mas não consegue transformar tudo isso em uma experiência sólida. O clima é tenso e os puzzles são bem feitos, mas faltam história, polimento e principalmente um combate que funcione. É uma boa tentativa dentro do gênero, mas não entrega o impacto que promete.

Para quem gosta de jogos de terror mais contemplativos e quer explorar um mundo estranho e cheio de simbolismos, pode valer a pena. Mas é bom entrar sabendo que o jogo aposta muito mais na atmosfera do que em uma jogabilidade bem ajustada.

Post Trauma

Historia - 6
Gameplay - 6.5
Gráficos - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 6

6.5

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Post Trauma acerta na ambientação e nos puzzles, mas tropeça em combate desajeitado e narrativa rasa. Vale pela experiência visual e simbólica, mas deixa a desejar em execução geral.

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