
A franquia Tomb Raider é um dos maiores ícones dos videogames, e seu impacto na indústria ainda ressoa décadas depois. Após o lançamento da coletânea Tomb Raider I–III Remastered, chegou a vez de uma nova leva de jogos receber o mesmo tratamento. Tomb Raider IV–VI Remastered traz três títulos lançados entre 1999 e 2003, The Last Revelation, Chronicles e Angel of Darkness com gráficos aprimorados, controles modernizados e algumas melhorias técnicas.
Diferente dos primeiros jogos, que ajudaram a definir um gênero, essa fase da série representa um período de transição, tanto em termos de narrativa quanto de jogabilidade. A coletânea busca resgatar essas aventuras para um novo público, mas será que as melhorias são suficientes para tornar a experiência mais acessível e divertida nos dias de hoje?
História
A coletânea oferece uma oportunidade para os jogadores revisitarem três capítulos distintos da jornada de Lara Croft.
Tomb Raider: The Last Revelation – Lara Croft descobre a tumba perdida do deus egípcio Set, libertando-o involuntariamente e cumprindo uma antiga profecia que vai mergulhar a humanidade nas trevas.

Tomb Raider Chronicles – Após os eventos de The Last Revelation, Lara Croft é enterrada em uma tumba egípcia e dada como morta. No memorial, pessoas próximas relembram segredos do passado dela.
Tomb Raider: Angel of Darkness – Lara é acusada de assassinato e se torna uma fugitiva enquanto investiga uma sinistra conspiração envolvendo experimentos de alquimia e a busca por artefatos antigos.
No geral, Tomb Raider IV–VI Remastered resgata uma fase interessante da série, marcada por mudanças e experimentações. Mesmo com suas falhas, a coletânea oferece um retrato fiel desse período, permitindo que novos jogadores experimentem essas aventuras.
Gameplay
A jogabilidade continua sendo o aspecto mais divisivo da série clássica, e a remasterização tenta suavizar alguns dos problemas sem alterar completamente a experiência. A principal mudança está nos controles, que agora oferecem uma opção um pouco mais moderna além dos tradicionais. No entanto, a tentativa de modernização não resolve todas as limitações do design original. Os novos controles tornam a movimentação mais fluida, mas podem dificultar a precisão dos saltos, tornando certas seções de plataforma mais frustrantes.

O combate continua sendo um ponto fraco. A mira automática nem sempre responde bem, e os tiroteios se resumem a pular de um lado para o outro enquanto Lara dispara nos inimigos. Embora isso fizesse sentido na época, hoje essa abordagem parece ultrapassada. Angel of Darkness, que tentou inovar com mecânicas de RPG e elementos de stealth, ainda sofre com controles imprecisos e um design que nunca foi bem polido.

Os puzzles permanecem como um dos pontos altos da série, oferecendo desafios inteligentes e exigindo observação e raciocínio.
Comparação
Comparado a Tomb Raider I–III Remastered, este novo pacote apresenta um trabalho técnico semelhante, mas os jogos em si são menos memoráveis. A primeira trilogia estabeleceu a identidade da série e trouxe experiências que, apesar de datadas, ainda são icônicas. Já Tomb Raider IV–VI marca um período de desgaste e tentativas de renovação que nem sempre deram certo.
Em termos de jogabilidade, os três jogos mais antigos já tinham uma estrutura bem definida, enquanto esta coletânea mostra uma série em busca de novos caminhos, com resultados inconsistentes. The Last Revelation ainda se mantém sólido e divertido, mas Chronicles e Angel of Darkness sofrem com problemas.






As melhorias gráficas são bem-vindas em ambas as coletâneas, mas o problema de sensação de “idade” na jogabilidade continua presente. Para quem já gostava dos jogos originais, a nova remasterização oferece uma experiência nostálgica com melhorias visuais. Para quem busca algo mais acessível, a adaptação ainda esbarra nas limitações da época.
Gráficos e Áudio
O trabalho visual realizado na remasterização é um dos seus maiores acertos. Os cenários estão mais detalhados, com texturas nítidas e iluminação aprimorada, o que ajuda a dar mais vida às ambientações. A possibilidade de alternar entre os gráficos clássicos e os novos continua sendo um ótimo recurso para comparar a evolução visual. No entanto, por se tratar de uma remasterização e não um remake, as animações e modelos ainda carregam a rigidez da época, algo que pode parecer estranho para jogadores acostumados com produções mais recentes.




No quesito sonoro, a trilha mantém o tom de aventura característico da série, com músicas que surgem nos momentos certos para dar mais peso às cenas. Os efeitos sonoros foram preservados e cumprem bem seu papel, mas o trabalho de dublagem, especialmente em Angel of Darkness, envelheceu mal.
Conclusão
Tomb Raider IV–VI Remastered é um pacote que resgata uma fase menos celebrada da franquia, trazendo melhorias visuais e ajustes na jogabilidade sem alterar a essência dos jogos originais. A remasterização faz um bom trabalho ao modernizar os gráficos e oferecer opções de controle mais acessíveis, mas ainda não consegue superar todas as limitações do design da época.
Para os fãs de longa data, a coletânea oferece uma boa dose de nostalgia e a chance de revisitar essas aventuras com uma apresentação mais refinada. No entanto, para quem não tem uma conexão prévia com esses títulos, os problemas de jogabilidade e o envelhecimento desigual dos jogos podem tornar a experiência frustrante.
Se a primeira trilogia remasterizada já exigia um certo nível de tolerância às mecânicas antigas, este segundo pacote demanda ainda mais paciência. Ainda assim, para aqueles dispostos a aceitar suas imperfeições, Tomb Raider IV–VI Remastered representa uma oportunidade interessante de explorar essa fase de transição da série.
Tomb Raider IV-VI Remastered
Historia - 6.5
Gameplay - 7.3
Gráficos - 7.6
Áudio e trilha-sonora - 7
7.1
legal
Tomb Raider IV–VI Remastered traz uma boa oportunidade para revisitar três jogos da franquia, mas com melhorias limitadas. A remasterização aprimora os gráficos e oferece controles mais modernos, mas ainda sofre com a sensação de "idade" nos aspectos de jogabilidade. A proposta da remasterização agrada principalmente aos fãs nostálgicos, mas para novos jogadores, a experiência pode ser frustrante devido às falhas em algumas mecânicas e puzzles.