Review: Star Overdrive

Misturar mundo aberto com manobras radicais de hoverboard pode parecer uma ideia ousada, mas é exatamente isso que Star Overdrive tenta fazer. Exclusivo do Nintendo Switch, o jogo traz uma pegada visual que lembra Breath of the Wild, mas com um estilo próprio e recheado de elementos modernos. Será que essa combinação funciona? Acompanhe a análise!

História

Em Star Overdrive, você controla Bios, um explorador que cai no misterioso planeta Cebete enquanto tenta responder a um sinal de socorro da sua parceira de pesquisa, Nous. Sem muitas opções, ele precisa explorar o planeta, enfrentar desafios e, claro, andar muito de hoverboard enquanto desvenda o paradeiro de Nous.

A história é contada de forma fragmentada, por meio de fitas cassete espalhadas pelo mundo, que revelam aos poucos os acontecimentos. Essa abordagem funciona bem, incentivando a exploração e aumentando a curiosidade sobre o que realmente aconteceu em Cebete.

Gameplay

O verdadeiro coração de Star Overdrive está na jogabilidade com o hoverboard e felizmente, ela funciona muito bem. A movimentação é fluida, intuitiva e incrivelmente satisfatória. Desde os primeiros minutos, já dá para sentir o cuidado que a Caracal Games teve ao criar essa mecânica. Você pode deslizar por colinas, pegar impulso em rampas naturais e até surfar pelas laterais de montanhas ou superfícies verticais, com o uso de manobras e do impulso no momento certo.

O sistema de truques é simples de entender, mas oferece profundidade. É possível executar flips, grabs e grinds, tudo no maior estilo arcade, lembrando jogos clássicos de skate. O interessante é que essas manobras não são apenas cosméticas: quanto mais truques você faz sem cair, mais energia você acumula na barra de impulso essencial para alcançar locais distantes, escapar de inimigos ou simplesmente manter a fluidez da exploração.

O mundo aberto de Cebete foi claramente projetado pensando nesse estilo de locomoção. Montanhas, dunas, ruínas e estruturas suspensas servem como pistas naturais para manobras, e há uma sensação constante de liberdade. Você pode escalar grandes formações rochosas, encontrar atalhos por túneis escondidos ou voar por trilhas aéreas com o impulso carregado. O jogo recompensa o jogador que se aventura fora do caminho principal, seja com recursos para upgrades, seja com colecionáveis ou novos desafios.

Além da exploração, há áreas de puzzle chamadas de “cápsulas de dados”, que funcionam de forma semelhante aos santuários de The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Elas trazem pequenos desafios baseados em física, movimentação ou lógica, e ao resolvê-los, você ganha chips que podem ser usados para desbloquear novos movimentos, melhorar habilidades ou abrir novas áreas do mapa.

Outra adição interessante são as corridas espalhadas pelo mapa, algumas opcionais e outras essenciais para o progresso. Nessas provas, o jogo testa sua habilidade com o hoverboard, exigindo domínio total da movimentação e dos atalhos naturais do cenário. Elas funcionam bem como desafios pontuais e ajudam a dar variedade à exploração.

Já as batalhas, apesar de serem parte do gameplay, destoam do restante da experiência e falaremos disso melhor na seção de Combate. Ainda assim, elas não aparecem com tanta frequência, e o foco principal continua sendo o movimento, a descoberta e a navegação livre por Cebete.

A sensação de fluxo constante é um dos pontos mais fortes de Star Overdrive. O jogo acerta em cheio ao transformar a simples locomoção em uma experiência divertida por si só, e isso por si só já garante boas horas de diversão.

Combate

O combate em Star Overdrive tem boas ideias, mas peca na execução. Usar um Keytar como arma é criativo e combina com o estilo do jogo, mas a falta de um sistema de mira eficiente torna as lutas confusas, especialmente contra múltiplos inimigos. Os golpes também carecem de impacto, o que tira a sensação de força durante os confrontos.

Lutar enquanto usa o hoverboard soa divertido na teoria, mas na prática é desajeitado. A transição entre movimento e combate não é fluida e acaba atrapalhando mais do que ajudando.

Apesar disso, o sistema funciona o suficiente para não atrapalhar o ritmo geral da aventura, servindo mais como um complemento à exploração do que como um destaque.

Gráficos e Trilha Sonora

Visualmente, o jogo aposta em um estilo cel-shaded vibrante que chama atenção logo de cara. Os diferentes biomas são bem construídos e dão identidade ao planeta Cebete. O desempenho no Switch é sólido, com o FPS se mantendo estável mesmo durante momentos mais dinamicos.

A trilha sonora é boa contendo sons sintetizados que se misturam ao som do keytar, criando uma identidade sonora marcante. Durante a exploração, as músicas são suaves, mas ganham intensidade durante combates e manobras.

Conclusão

Star Overdrive tenta algo diferente e, em grande parte, consegue entregar uma experiência divertida e estilosa. A movimentação com o hoverboard é viciante, a trilha sonora é boa e o mundo de Cebete é um convite constante à exploração. É só uma pena que o combate não acompanhe o mesmo nível de qualidade, deixando a desejar em um ponto que poderia elevar ainda mais a experiência.

Star Overdrive

Historia - 8.5
Gameplay - 7.5
Gráficos - 8.3
Áudio e trilha-sonora - 8.2

8.1

Muito Bom

Star Overdrive é uma aventura de mundo aberto estilosa e divertida, com ótima movimentação, trilha sonora marcante e sistema de customização bem implementado. O combate fraco e alguns probleminhas de desempenho não atrapalham tanto, e o jogo se destaca como uma ótima pedida para quem curte exploração com liberdade e um toque de radicalidade.

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